No Congresso do PCdoB, Lula sai em defesa de Venezuela e Cuba após ataques dos EUA
Durante o Congresso Nacional do PCdoB realizado nesta quinta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa dos regimes da Venezuela e de Cuba, em meio à crescente tensão militar entre os Estados Unidos e governos da região do Caribe.
Lula criticou a postura norte-americana após ataques militares dos EUA a barcos no Mar do Caribe, que deixaram pelo menos 27 mortos. Os Estados Unidos afirmam que os alvos eram embarcações envolvidas no tráfico de drogas, mas a operação foi duramente contestada por países da região.
“O povo venezuelano é dono do seu destino, e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite sobre como deve ser a Venezuela ou Cuba”, afirmou Lula, ao lado de líderes comunistas e aliados de esquerda no evento.
Repercussão e contexto
| Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil |
A fala do presidente ocorre num momento em que a política externa brasileira busca se aproximar novamente de regimes alinhados ao antigo bloco bolivariano. A defesa pública de Cuba e Venezuela gerou críticas de setores conservadores e liberais, que apontam contradição entre o discurso de democracia e o apoio a governos acusados de autoritarismo e censura.
Analistas avaliam que o posicionamento de Lula reflete uma tentativa de reafirmar a liderança da esquerda latino-americana e reaproximar o Brasil de aliados históricos, em contraste com a política de alinhamento automático aos EUA que vigorou em gestões anteriores.
Reações no meio político
Parlamentares da oposição reagiram de forma imediata nas redes sociais. Deputados e senadores questionaram o silêncio do governo brasileiro sobre violações de direitos humanos em Cuba e na Venezuela, e acusaram o presidente de “passar pano” para ditaduras.
Do lado governista, dirigentes do PCdoB e do PT elogiaram o discurso, classificando-o como “coerente com a defesa da soberania dos povos latino-americanos”.