Países do Brics e até Mercosul ignoram Lula e esvaziam cúpula da COP30
| Foto: Getty Image - Lula retorna a Belém para a COP30 após reunião na Colômbia |
A ausência dos países do Brics e do Mercosul na cúpula que precedeu os debates técnicos da COP30 expôs um fracasso diplomático e político para o presidente Lula. Apesar de Luiz Inácio Lula da Silva ocupar a presidência rotativa do Mercosul, os líderes das nações-membros se ausentaram, levantando suspeitas de um boicote liderado pelo presidente argentino Javier Milei.
Nenhum dos principais dirigentes do Brics — Xi Jiping (China), Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia) e Matamela Ramaphosa (África do Sul) — compareceu ao evento. A situação interpreta-se como um isolamento de Lula na arena internacional, refletindo uma rejeição das políticas do governo brasileiro, sobretudo após o esforço do presidente em promover a substituição do dólar nas relações comerciais globais.
Diplomatas sugerem que a ausência conjunta de Mercosul e Brics envia uma “piscadela” política para o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, indicando alinhamentos políticos globais além do Brasil. A exclusão de Lula também inclui até o uruguaio Yamandú Orsi, um rarefeito esquerdista eleito na América do Sul, evidenciando o silêncio do Itamaraty diante do episódio.
O impacto dessa ausência é grande, pois compromete a representatividade e eficácia da COP30, uma conferência-chave para discussão das mudanças climáticas globais. O Brasil, como anfitrião, vê sua diplomacia regional e global postas à prova em meio a tensões políticas internas e externas que reverberam na arena climática.