A solução petista para a “recuperação” dos Correios: Papel aceita tudo...
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Os Correios enfrentam uma situação crítica: o prejuízo acumulado nos primeiros 9 meses de 2025 foi de 6 bilhões, levando o patrimônio líquido da empresa de 4 bilhões negativos no final de 2024 para 10 bilhões negativos no final de 2025. Esse prejuízo foi 4 bilhões maior do que o registrado nos primeiros 9 meses de 2024, sendo 1,8 bi devido a vendas menores, 1,7 bi por aumento de despesas com pessoal (principalmente pagamentos de precatórios) e o restante em outras rubricas do balanço.
Diante desse cenário, o governo apresentou uma solução para “recuperar” a empresa: por decreto, poderá aportar recursos nos Correios “pontualmente”, desde que a empresa apresente um “plano de reestruturação” — qualquer um. Esse aporte não contará para a meta fiscal, pois os Correios continuariam sendo uma estatal “não dependente”.
Críticas à solução
Segundo Marcelo Guterman, engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper, essa medida não resolve os problemas estruturais dos Correios. Aumentar vendas é difícil sem reformas profundas, e reduzir despesas com precatórios é quase impossível, já que os Correios são líderes de ações trabalhistas no Brasil.
O aumento de despesas com pessoal tende a crescer com o tempo, especialmente com a perspectiva de demissões em massa, o que pode agravar ainda mais o quadro de prejuízo.