Farra do INSS: “Careca do Alcolumbre” diz que foi ameaçado de morte por parentes do senador
A revelação gerou forte repercussão em Brasília. Parlamentares protocolaram diversos requerimentos pedindo a convocação de Boudens para depor na CPMI
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A crise no escândalo conhecido como “Farra do INSS” ganhou novos desdobramentos. O advogado Paulo Augusto de Araújo Boudens, ex-assessor do presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou a integrantes da CPMI do INSS que está recluso após receber ameaças de morte supostamente vindas de familiares do próprio senador.
De acordo com fontes da comissão, Boudens — apelidado de “Careca do Alcolumbre” — teria relatado viver sob vigilância desde que seu nome apareceu nas investigações que apuram um desvio bilionário de recursos do INSS.
Segundo a Polícia Federal, o advogado recebeu R$ 3 milhões da empresa Arpar Participações, apontada como parte do esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas. A transferência ocorreu no período em que ele atuava como assessor parlamentar diretamente ligado a Alcolumbre.
A Arpar movimentou R$ 98 milhões entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024, sendo R$ 49 milhões provenientes de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, considerado um dos principais operadores das fraudes.
Atualmente, Boudens ocupa cargo no Conselho Político do Senado, com salário mensal de R$ 30 mil. Pessoas próximas afirmam que ele vive isolado e teme por sua segurança.
Pressão no Senado
A revelação gerou forte repercussão em Brasília. Parlamentares protocolaram diversos requerimentos pedindo a convocação de Boudens para depor na CPMI, mas os pedidos ainda aguardam análise.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) cobrou explicações de Alcolumbre em plenário e pediu o afastamento imediato do ex-assessor. Até o momento, o presidente do Senado não se pronunciou sobre as acusações.