Hamas faz execuções públicas de palestinos em Gaza e a esquerda observa no mais absoluto silêncio
“Eu ouvia tiros por todos os lados, confrontos intensos”, relatou uma testemunha ao Wall Street Journal. “A área agora está completamente cercada por homens armados e mascarados.”
| Foto: Imagem em destaque |
Execuções em meio ao caos
Um violento confronto entre o Hamas e a família Doghmosh deixou dezenas de mortos no último domingo (12), nas proximidades de um hospital na cidade de Gaza. Testemunhas relataram que homens armados e mascarados cercaram o hospital jordaniano, exigindo a entrega de dez membros da família, acusados de colaboração com Israel. Vídeos nas redes mostram cenas de execuções públicas nas ruas.
“Eu ouvia tiros por todos os lados, confrontos intensos”, relatou uma testemunha ao Wall Street Journal. “A área agora está completamente cercada por homens armados e mascarados.”
Rivais históricos e poder de clãs
A família Doghmosh, inimiga histórica do Hamas desde 2007, acusou o grupo terrorista de promover uma campanha de intimidação e assassinatos. As disputas pelo poder em Gaza envolvem grandes clãs familiares que representam cerca de 30% da população do território.
O Hamas tenta retomar o controle
Khaled Qaddoumi, representante do Hamas no Irã, confirmou que o grupo está “restabelecendo a ordem” com o apoio do chamado Ministério do Interior de Gaza. “O Hamas está percebendo suas responsabilidades patrióticas e nacionais depois da guerra, para espalhar o senso de paz e estabilidade”, declarou ao WSJ.
Na prática, o Hamas colocou em ação sua unidade especial Rada’a, responsável por retomar posições estratégicas em toda a Faixa de Gaza. O grupo afirmou em nota: “A força Rada’a está determinada a impor a ordem e erradicar gangues e milícias, atacando com punho de ferro qualquer um que interfira na segurança da retaguarda.”
Trump confirma aval internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a mobilização do Hamas ocorreu com consentimento internacional temporário. “Eles foram abertos sobre isso, e nós lhes demos aprovação por um período”, disse Trump. Em seguida, acrescentou: “Eles vão se desarmar. E, se não se desarmarem, nós os desarmamos.”
Temores de guerra civil
Analistas alertam que o aumento da repressão interna pode levar Gaza a uma guerra civil. “Eles têm medo de uma guerra civil. Isso é muito perigoso. Já começou”, afirmou um especialista ao Wall Street Journal. Outro analista, Hasan Abu Hanieh, avaliou: “O Hamas será ainda mais agressivo agora para provar que ninguém pode removê-lo.”
O silêncio da esquerda internacional
Enquanto o Hamas executa palestinos nas ruas de Gaza, governos e movimentos de esquerda que antes defendiam o grupo permanecem em absoluto silêncio. Nenhuma manifestação relevante foi registrada de lideranças progressistas da Europa ou da América Latina. O contraste entre o discurso “humanitário” e a omissão diante das vítimas palestinas vem sendo amplamente criticado em fóruns internacionais.
Um grupo enfraquecido e dividido
Desde o ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos em Israel — em sua maioria civis —, o Hamas enfrenta colapso de credibilidade e disputas internas. O bloqueio israelense e a destruição da infraestrutura de Gaza reduziram as receitas e ampliaram a revolta popular. Famílias e milícias locais desafiam o domínio do grupo, enquanto Israel aposta em divisões internas para fragilizá-lo ainda mais.
Fontes: Wall Street Journal, Reuters, e relatos de testemunhas locais.