Defesa de Filipe Martins apresenta novos documentos e desmonta a tal 'minuta golpista'
| Filipe Martins e seu advogado, Jeffrey Chiquini. (Foto: Rosinei Coutinho/STF) |
Os defensores Ricardo Sheiffer e Jeffrey Chiquini destacaram que a versão sustentada por Cid não se sustenta quando comparada com registros oficiais, declarações anteriores do próprio militar e dados técnicos extraídos de seu telefone. O material inclui slides, análises formais, registros do GSI, dados de deslocamento, depoimentos de autoridades e a ordem cronológica dos autos.
Contradições e inconsistências
A defesa apontou quatro versões distintas fornecidas por Cid sobre o momento em que a minuta teria sido apresentada ao general Freire Gomes. As narrativas variam entre entrega impressa e alegação de que “estava tudo no computador”, o que, segundo os advogados, revela tentativa de construir uma explicação posterior para transferir a responsabilidade a terceiros.
Discrepâncias nos registros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também foram destacadas, como diferenças na caligrafia e alterações gráficas, além de incompatibilidades com a assinatura original do sargento responsável. Os advogados concluíram que esses registros são “imprestáveis” para sustentar deslocamentos ou encontros atribuídos a Martins.
Provas de deslocamento e depoimentos
Os dados de deslocamento obtidos via Uber não coincidem com o percurso descrito por Cid, o que elimina a possibilidade de Martins ter atuado no suposto núcleo operacional da minuta. Depoimentos de autoridades militares, como Jair Bolsonaro e o almirante Almir Garnier, reforçam que a minuta circulou pelas mãos de Cid, não de Martins.
A defesa também apontou contradições na denúncia e nas alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR), destacando datas e sequências que não convergem com registros oficiais. Não há prova material que conecte Martins à elaboração da minuta, enquanto há elementos que associam diretamente Cid ao documento, evidenciando tentativas de convencimento de comandantes e adulterações posteriores.
🚨URGENTE - Jeffrey Chiquini, advogado de Filipe Martins, mostra que Mauro Cid tinha um decreto de golpe e revela mensagens que ele enviaria a Gilmar Mendes, após o golpe que ele teria planejado
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) December 9, 2025
“Tem mensagem dele dizendo que precisa pressionar os comandantes a dar o golpe” pic.twitter.com/dUE9Ml9e9d